segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Aonde estao as providencias?

Posteriormente aqui no blog, postei sober o ``ladraozinho`` que se escondeu na garagem do condominio que eu moro, e por esses dias assisti no Jornal do Almoco ,da RBS, que o nao bairro Carvoeira e um dos poucos lugares da ilha que nao possui cameras de seguranca, ou seguranca alguma por sinal.
Apesar de ser um local habitados por estudantes , ser cercado pela favela da Serrinha, ponto de trafico de drogas, alem de ser cenario da maioria das festas da UFSC, e ponto de encontro de familias para chegar ate os bosques e parquinhos do que forma a cidade universitaria, o jornal fala tambem sobre os diversos assaltos a maos armadas, que completam o 400% de aumento em Florianopolis.
Acho facil falar de alguns dos problemas, e esquecer que junto a eles estao o diversos casos de estupros na redondeza e outras tragedias nao relatadas, e a questao de que o Hospital Universitario muitas vezes nao atende ou atende com demora ,se nao esta em greve.

``Em 60 dias, um mercado no Bairro Carvoeira foi assaltado cinco vezes. A família, que comprou o estabelecimento há um ano, pensa em vender o comércio e voltar para o Oeste do Estado, assustada com tanta violência. 
— O antigo dono me contou que em 2003 não teve nenhum assalto, imagina. Eu tive oito em um ano. Cansei de esperar pela polícia e contratei um segurança. Pago R$ 1 mil por mês e dói no bolso.

Ele conta que, no último roubo, dominou o bandido, esperou 45 minutos pela viatura da Polícia Militar e passou esse tempo sentado nas costas do assaltante, para ele não fugir. ``
Alessandra Toniazzo | alessandra.toniazzo@horasc.com.br


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Banho de bacia



Ao me mudar para a Carvoeira, pude seguir uma rotina de um morador conhecido da região,o seu Moacir Bento, o corredor. Corria cedo da manhã, fim de tarde, na chuva, no sol; e tinha ja uns 60 anos, e como corria.
Conversando com outro morador e meu vizinho, Wilson, que é um dos moradores mais antigos também, descobri que o velho Moacir, era da familia que era dona do que seria quase o bairro inteiro, uma chácara antes da carvoraria, e resolvi saber um pocuo mais sobre este lado da historia.



Dona Olga,moradora a mais de 50 anos,e uma das primeiras ,conta quando veio morar nessa regiao, que a principal rua a Capitao romualdo de barros era apenas uma via estreita e de barro, e na localidade, não havia ligação à rede de água. Os habitantes iam até uma bica e um poço na descida da rua para buscar água com baldes, o banho era tomado de bacia.
 
A instalação da rede de água foi paga pelos próprios moradores diz Wilson: ``compramos os equipamentos, e o governo deu a mão-de-obra. No início, tinha só duas torneiras na rua. Era uma briga”




















Segundo o historiador e museólogo Gelci José Coelho, o Peninha, a provável origem do nome Carvoeira, vem após a chegada de Dona Olga,seu Wilson e Geremias, e se deu com a intalação de uma carvoaria para abastecer a draga que trabalhou no aterro da baía Sul, no Centro. O carvão era produzido com madeira de diversas áreas da cidade.

Os antigos moradores,junto com estes moradores, segundo Peninha, eram em sua maioria escravos libertos. “Eles recebiam a alforria e, como não podiam ficar na casa dos senhores, ocupavam terras devolutas em lugares altos e afastados”, diz.

A região também já serviu, de acordo com ele, como fazenda-modelo. O terreno onde hoje fica o Museu Universitário da UFSC, dirigido pelo historiador e museólogo, recebia uma estrebaria.


Bom, mesmo com mais torneiras, ainda não somos um bairro, mas agradecemos a localização central e a famosa cachaça do Iega.

`` Devolva ao remetente, endereço não localizado. ``

Descobri que como eu, outros moradores fazem piadinhas sobre nosso não bairro, sejam eles os carteiros, amigos que não sabem que onibus pegar, ou apenas desconhecem a diferença geografica da Carvoeira ou do Córrego Grande.

Aqui alguma delas:


- Um dia me perdi na UFSC, e ouvi dizer que lá era a Carvoeira, mas nunca mais consegui voltar no mesmo local. 



-A Carvoeira é um lugar onde 2+2 são 5, a lei da gravidade foi revogada por decisão do conselho comunitário e a molécula de água conta com a adição de um átomo de carbono (para aproveitar o carvão produzido). Por isso, ela foi reprovada em todas essas matérias, sendo obrigada a repetir de ano para quem sabe um dia formar-se bairro. 

-Na Carvoeira também mora uma comunidade de imigrantes do  Acre, que, fugidos das abduções de ETs, resolveram refugiar-se em um bairro que, como sua terra natal, também não existe. 

- Para acalmar os ânimos dos habitantes locais, a prefeitura de Florianópolis resolveu dar o nome de uma linha de ônibus de "Volta ao Morro Carvoeira". No entanto, logo na primeira saída dessa linha o motorista se perdeu, pois não sabia onde ficava a Carvoeira, e nunca mais voltou. Desde então, a linha chama-se "Volta ao Mundo Carvoeira".

- Uma série de ícones mundiais nasceram na Carvoeira, entre eles: o bicho papão, o papa-cu-rasteiro, o chupa-churros, entre outros.

- A Carvoeira é um grupo de ruas estreitas e mal traçadas do bairro do Saco dos Limões, em um canto de Florianópolis. A comunidade se autointitula como um dos menores, porém melhores bairros de Floripa. No entanto, jamais foi reconhecida como tal, e seu nome não consta nos registros da prefeitura ou sequer dos correios.


 - Só vejo estudante e Angoleses , até o Bavieira virou Carvoeira tentando fazer-se um patrimonio no bairro,mas só tem alemão atendendo e concorrendo com o Espaço saude,o segundo e unico mercado na região, e acredite,só tem alemão atendendo também.Ë mole?
Não não, é Carvoeira amigo!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Wikicarvoeira


Bom,
como eu ja havia escrito anteriormente aqui no Onde estou, no site de pesquisas Wipedia, o meu bairro Carvoeira nao e bem um bairro. As autoridades municipais não a reconhecem como tal, ela e uma passagem cuja a geral Capitao Romualdo de Barros ,liga o bairro Saco dos Limoes com a Trindade, Pantanal e Corrego Grande, tendo como principal ponto de referencia; a Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC).


 O nome deve-se ao fato de nos tempos antigos ter existido uma carvoaria na localidade, e ao lado do Bar Iega,outro ponto de referencia da cidade, encontramos esculpidos nos muros da pracinha esta carvoraria.

Na Wikipedia, constatamos tb inicialmente habitada por migrantes das comunidades tradicionais de origem açoriana de Florianópolis, mas o que podemos ver hoje e que a proximidade com a UFSC fez com que muitos estudantes universitários se mudassem para o bairro, sendo cada vez mais uma area estudantil.
A carvoeira ja dispõe de um hotel, dois mercados, uma farmácia,dentista, lavanderia, bem como outros estabelecimentos comerciais e de serviços, porem ainda nao tem posto policial ou medico.


Espero que tenha acrescentado um pouco mais ao Wikepedia, e a voces!


:)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Capacete de crack


Sexta-feira por volta das três horas da madrugada, gritos e barulho de confusão tomaram conta do edifício Bernardo. O quase bairro Carvoeira,apesar de estar localizado aos arredores da favela da Serrinha, não pode ser considerada um local perigoso.

Fiquei sabendo que na mesma semana a locadora de vídeo Plus, havia sido assaltada, nada demais e nenhum perigo aparente, apenas um viciado em crack, conhecido da região,o magrelo que anda sempre ao lado o ``Ronaldinho``,outro figura do bairro,moradores das entranhas do morro da Carvoeira,ninguém sabe ao certo one,mas eles fazem parte do cenário das ruas aqui a muito tempo.
O cachorro ao lado do restaurante Appetit foi um dos primeiros a fazer barulho, ele sempre fica pelas redondezas, esperando os professores ou estudantes lhe deixarem uma marmita, mas já era madrugada, e algo estava errado. Atravessariámos a rua em frente ao restaurante e estariamos no terreno do seu Wilson,dono da lavanderia,onde o cachorro dele também começa a latir seguido de gritos: Pega ladrão... pega ladrão!


Como uma boa vizinha fui olhar pela janela, e as cabeças surgindo na janela anunciavam que algo realmente acontecia.
Os gritos mudaram de posição(para a minha alegria,pois até então não consegui ver oque era, a casa o seu Wilson é o outro lado do prédio), e para minha surpresa, os meninos que gritavam eram conhecidos, e pediam aos gritos para que eu alguém abrisse a porta do condomínio pois o larão estava escondido na garagem.

No meio disso meu pai acorda,pega um taco de madeira na mão e de samba canção chega a garagem seguido de pessoas feito pipocas,elas surgiam do nada, onde finalmente a polícia chegou.Acho interessante relatar,que apesar de dezoito ou mais linhas telefonicas da nossa polícia,só conseguiamos sinal de ocupado(se alguém estivesse morrendo;morria).
Bom, o bafão todo, era por conta do larãozinho já conhecido no bairro, um magrelo, estava no morro, observou os meninos com suas motos dando brecha,roubou os capacetes,e na mesma hora, conseguiu alguém por ali em cima mesmo pra trocar por pedras e crack.


A polícia ao chegar o intimou perguntando do capacete, o magrelo debaixo de um carro na garagem saiu chorando e disse que não sabia de nada; tomou dois choques com aquelas maquininhas barulhentas, e lembrou que tinha vendido o capecete.
Nessas horas já haviam duas viaturas,e para não perderem a pernada, resolveram subir o morro com o magrelo em busca do capacete, e não os vimos mais.









http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/cracknempensar/home,0,3710,Home.html

http://toxicosblog.110mb.com/html/helmet1.html

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Colorir e inserir caos



Henrique aka Pulga,aka Sorte, nasceu e cresceu na Carvoeira, estudou assim como eu, no Colégio de Aplicação, e hoje com apenas 18 anos, é artista de rua conhecido por toda ilha, e continente,seja por seus grafites ,stencils, colagens e etc.
O skate fez parte do cenário deste bairro desde dos primórdios de sua prática aqui em Florianópolis, passagem para os bairros que cercam  UFSC, os diversos pontos de ônibus, obstáculos naturais e a movimentação basicamente de estudantes ao redor, foi assim que o artista deu ínicio ao seu aprendizado.
Foi assim que eu o conheci, o menor da galera da antes conhecida Rua Pintada, e com a marca registrada de sempre estar com um grande sorriso no rosto, Henrique era um dos meninos da  Carvoeira.
Em um multirão para pintar a rua onde andávamos de skate, ele teve contato com diversos artista que eram da vizinhança e que formavam uma cultura de rua, urbana, andavam de skate, dividiam uma coca-cola ,pães ,queijo e a madrugada garantia tintas, cores e música.
Pouco depois disso, novas cores, protestos, stencils começaram a espalhar sobre o quase bairro. A responsabilidade dessa intervenção urbana veio com o pequeno Henrique,já conhecido por Pulga então, e com a parceria de um grande artista e amigo pessoal Rodrigo Rizzo.




O grafite, diferente da pichação, é uma arte,uma intervenção urbana que quebra o cotidiano com imagens, cores e muito treino destes artistas, uma arte visual. São feitos na maior parte das vezes em locais com autorização. O grafite  utiliza técnicas bem mais complexas que a pichação, são desenhos mais elaborados e têm por objetivo interferir na estética urbana. 

 Ao cruzar com ele esta semana, lembrei com gosto que este é um fruto da Carvoeira, cresceu e espalhou raízes e cores por todo o país, e também na Argentina e Chile, e ao mesmo tempo, acho triste que não são todos que conhecem as diversas faces deste grande artista nascido e crescido aqui nesse quase bairro.

``Costumo misturar tudo,colorir e inserir meu caos,e o meu estilo cada vez mais desenvolve-se por meio de experimentações contínuas e trocas com os intermináveis artistas que estão pelas ruas,madrugadas ou no meio da musica,skate,fotografia. O mundo está acordando, ou assim o espero, por exemplo, a desmarginalização da arte urbana, arte de rua, grafite não é sujeira, é a expressão correndo riscos, seja este risco em tintas, stencils, teatros, musicas, precisamos de arte, e precisamos entender que todos somos diferentes e o respeito é fundamental para o crescimento e desenvolvimento``; Pulga.





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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tekila Maria

Tekila Maria, é moradora a pouco tempo da Carvoeira, mas desde que chegou, chama a atenção.
Esta vira-lata foi adotada no sul da ilha, no Campeche pelo meu vizinho Gabriel,morador há mais de 15 anos desta área também.



Mas até então a cachorrinha não chamava muito atenção, a não ser por seus latidos noturnos e  diários, no pacato edifício Bernardo, habitado por estudantes universitários e famílias.
Certa de duas semanas atrás, durante um café na janela, percebo uma movimentação na rua, e como todo bom vizinho, resolvi dar uma conferida.
Dois do moradores do apartamento em frente ao meu olhavam para cima, em direção a janela deles, de forma exaltada ouvi gritos e movimentos ansiosos, sem entender o que era, logo lembrei da cachorrinha, e entendi que o que eles gritavam era algo como : Não se mexa Tekila! Não se mexe!
A cachorra subiu em cima do sofá que por sua vez era encostado na janela, e aparentemente, não era muito aderente.



Tekila escorregou do terceiro andar, `` quicou`` ,ou bateu na marquise do edifício, e chegou ao chão apenas com o lábio cortado.
Isto eu posso afirmar que não vemos todos os dias pela Carvoeira.